G1
Uma suposta camisa número 2 que a seleção brasileira de futebol deve usar na Copa do Mundo de 2026 viralizou nas redes sociais. O motivo é que a tradicional "amarelinha", o uniforme número 1, vai estar ao lado de um uniforme na cor vermelha e preta.
A patrocinadora de material esportivo da seleção não divulgou o visual do novo uniforme. Em nota divulgada na noite de terça-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afirmou que "as imagens divulgadas recentemente de supostos uniformes da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2026 não são oficiais" e que nem a entidade e "nem a Nike divulgaram formalmente detalhes sobre a nova linha da seleção", que ainda será definida em conjunto com a patrocinadora.
. Segundo o ge, a mudança veio a público na semana passada em publicação do site "Footy Headlines", especializado em uniformes de futebol.
Segundo a publicação, a camisa será vermelha e o calção será na cor preta. Haverá, também, o logotipo da Air Jordan, com a silhueta do lendário jogador de basquete americano Michael Jordan. O lançamento está previsto para março de 2026, meses antes da Copa que acontece nos Estados Unidos, no Canadá e no México.
Tradicionalmente, os uniformes da seleção brasileira de futebol trazem as cores da bandeira nacional. O uniforme número 1 tem a camisa amarela com detalhes em verde e o calção azul, e o número 2 tem a camisa na cor azul e o calção na cor branca.
Até a Copa do Mundo de 1950, o segundo uniforme da seleção tinha camisa na cor branca. Contudo, a primeira vez que usou camisa nesta cor foi em uma partida contra a Polônia em 1938.
Contudo, a seleção usou a cor vermelha em outras oportunidades:
Em dois jogos em 1917 contra Uruguai e Chile, em que as duas seleções também usavam branco. Por sorteio, o Brasil usou o vermelho;
Em 1936, em um jogo contra o Peru, que também usava branco. O time do Independiente da Argentina emprestou a camisa vermelha de seu uniforme para a seleção.
Repercussão da camisa vermelha na política
A cor vermelha da nova camisa repercutiu e foi parar na política. O motivo é que a camisa amarela virou um dos símbolos da extrema-direita no Brasil, que é usada nas manifestações pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inclusive nos atos pedindo anistia aos envolvidos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro. Assim, a esquerda, em tese, teria um camisa para poder usar na Copa do Mundo.
A camisa vermelha poderia ser usada por torcedores do outro lado do espectro político
Políticos protestaram contra a nova cor da camisa. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse que a camisa da seleção "sempre foi verde e amarela, as cores da nossa pátria". "Mudar isso não faz qualquer sentido. É uma afronta a tudo o que sempre representou o orgulho do nosso povo!".
O deputado federal Arthur Maia (União-BA) publicou mensagem contra a mudança da camisa: "A seleção é um dos mais expressivos símbolos do nosso país e obviamente que as cores devem estar relacionadas com a bandeira nacional: o verde, o amarelo e o azul celeste, como sempre atuou a nossa gloriosa seleção canarinho".
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) também se manifestou contra a camisa na cor vermelha. "As cores da nossa seleção não são uma ‘identidade ideológica’; elas representam o que nos distingue no mundo. As cores de uma seleção têm relação com a identidade nacional. Qualquer cor diferente do verde, amarelo, branco e azul não se justifica."