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Política Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2025, 20:47 - A | A

10 de Janeiro de 2025, 20h:47 - A | A

Política / POLITICA

Em dia de posse de Maduro, Venezuela fecha fronteira com Brasil em Roraima; medida vai até segunda-feira

Governo brasileiro não reconheceu oficialmente vitória de Maduro nem da oposição, fato que estremeceu relação entre os dois países. Embaixadora em Caracas compareceu à solenidade.

Por Ana Flávia Castro, g1
Brasília/DF



O governo da Venezuela fechou a fronteira com o Brasil, nesta sexta-feira (10), data da posse de Nicolás Maduro como presidente do país. A passagem entre os dois países fica na cidade de Pacaraima, em Roraima.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Palácio do Itamaraty), o fechamento deve durar até segunda-feira.

Militares da guarda venezuelana colocaram cones que restringem o tráfego de veículos e se posicionaram no limite com o Brasil.

Em imagens enviadas ao g1 pela Polícia Militar do estado, é possível ver que há uma interrupção no fluxo migratório (veja o níveo abaixo).

Militares venezuelanos bloqueiam fronteira com o Brasil no dia da posse de Maduro

Em nota, o Ministério da Justiça confirmou o fechamento da fronteira pelas autoridades venezuelanas, e esclareceu que a decisão "foi tomada de forma independente pelo país vizinho".

A PM de Roraima informou que "as movimentações na cidade de Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, seguem dentro da normalidade, com registro de leve redução no fluxo migratório de entrada no Brasil, mas sem alterações significativas".

"Também é importante ressaltar que, historicamente, em situações similares, a Venezuela impõe restrições à passagem em seu território pela fronteira em Pacaraima", segue o texto.

Vale lembrar que a fronteira também foi fechada em junho do ano passado, às vésperas das eleições presenciais entre os candidatos Maduro e Edmundo González. O fluxo foi interrompido na sexta-feira (26), dois dias antes do pleito, em 28 de junho.

Posse de Maduro

Nicolás Maduro tomou posse, nesta sexta-feira (10), para seu terceiro mandato como presidente venezuelano.

Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham proclamado a vitória de Maduro, a oposição, organismos internacionais e outros países alegam que houve fraude no processo eleitoral de 2024 e reconhecem Edmundo González como presidente legítimo.

Segundo a oposição, a divulgação das atas eleitorais demonstraria a vitória de González. A Suprema Corte do país, entretanto, alinhada a Maduro, proibiu a divulgação dessas atas.

O impasse e a falta de transparência nas eleições venezuelanas promoveram um distanciamento entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Nicolás Maduro, historicamente aliados.

Oficialmente, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nem a vitória da oposição. O presidente Lula, por sua vez, a exemplo de outros líderes internacionais, tem cobrado a divulgação das atas.

Sem a presença de Lula, o Brasil foi representado na solenidade de posse do venezuelano a pela embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.

Veja na íntegra a nota da PM de Roraima:

A Polícia Militar de Roraima informa que as movimentações na cidade de Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, seguem dentro da normalidade, com registro de leve redução no fluxo migratório de entrada no Brasil, mas sem alterações significativas.

Ressalta que informações relativas especificamente a questões de fronteira são de responsabilidade do Governo Federal.

Mesmo assim, a PMRR permanece monitorando a movimentação na cidade brasileira em razão da posse presidencial nesta sexta-feira, 10. Também é importante ressaltar que, historicamente, em situações similares, a Venezuela impõe restrições à passagem em seu território pela fronteira em Pacaraima.

Veja na íntegra a nota do Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), informa que a fronteira entre Brasil e Venezuela foi fechada pelas autoridades venezuelanas. A decisão foi tomada de forma independente pelo país vizinho.

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