Sabrina Ventresqui/Hiper Noticias
Mato Grosso registrou 47 feminicídios no ano de 2024. Os municípios de Cuiabá, Várzea Grande e Sinop (500 km da Capital) tiveram o maior número de ocorrências desta natureza, com quatro assassinatos cada. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). O dado coloca Mato Grosso no 11º lugar entre os estados que mais matam mulheres no Brasil.
De acordo com o levantamento, 2020 foi o ano com o maior número de feminicídios no Estado, com 62 mortes de mulheres. No ano seguinte, os casos baixaram para 43, mas voltaram a subir em 2022 e 2023, com 47 e 43 mortes motivadas por violência de gênero, respectivamente.
Com o alto índice, Mato Grosso amarga na 11ª posição como um dos Estados que mais pratica violência contra mulher no país. São Paulo lidera com 227 ocorrências de feminicídio no ano passado, seguido por Minas Gerais (133), Bahia (105), Paraná (103), Rio de Janeiro (94), Pernambuco e Rio Grande do Sul, empatados com 71 cada, Maranhão (69), Goiás (54), Santa Catarina (51) e Mato Grosso (47).
Já o Amapá foi o estado com menos mortes em decorrência da violência de gênero, com dois feminicídios no ano passado, conforme os números do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública.
Um dos casos mais marcantes e tristes de 2024 foi o assassinato brutal de Raquel Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), ocorrido em julho do ano passado.
Ela foi morta com mais de 30 facadas pelo ex-cunhado a mando do ex-marido, Romero Xavier. Ele não aceitava o fim do relacionamento e ofereceu R$ 4 mil ao irmão para completar o serviço.
Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio, já que itens da casa de Raquel foram levados. Contudo, com o aprofundamento da apuração, as autoridades concluíram que se tratava de um feminicídio.
Romero, por sua vez, fabricou álibis para não ser considerado suspeito. Contudo, o plano foi descoberto pela Polícia Civil. Romero e o irmão, Rodrigo, estão presos pelo crime brutal.
PACOTE ANTIFEMINICÍDIO
Em outubro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei proposta pela senadora por Mato Grosso, Margareth Buzetti (PSD). que eleva a 40 anos a pena para o crime de feminicídio.
Com isso, a pena para os condenados pelo crime de feminicídio passa a ser de 20 a 40 anos de prisão, maior do que a incidente sobre o homicídio qualificado.
Conhecida como "pacote antifeminicídio", a lei também aumenta as penas para outros crimes se cometidos em contexto de violência contra a mulher, incluindo lesão corporal e injúria, calúnia e difamação.
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