
O vereador Gilson da Agricultura (União) teve o mandato cassado por oito votos favoráveis e dois contrários, nessa quarta-feira (03.12), durante sessão da Câmara de Pedra Preta (246 km de Cuiabá). A cassação é consequência direta do episódio em que ele chamou a prefeita Iraci Ferreira de Souza (PSDB) de “cachorra viciada”, em agosto deste ano, durante sessão extraordinária do Legislativo. A fala foi gravada, circulou no município e motivou a abertura de processo por infração político-administrativa.
O decreto legislativo aprovado pela Casa afirma que Gilson incorreu em conduta incompatível com o decoro parlamentar, citando o artigo 7º, inciso III, do Decreto-Lei 201/1967, que trata das infrações que podem levar à perda do mandato. A Mesa Diretora informou que a cassação é ato obrigatório após a maioria qualificada acatar o parecer final da Comissão Processante, responsável por analisar a denúncia.
Durante a sessão, o relator Chico Lima Tur (PSDB) destacou que o vereador teve amplo direito de defesa. O presidente da comissão, Ediérico Machado (União), afirmou que todo o rito legal foi cumprido. Já o presidente da Câmara, Laudir Martarello (PSB), disse que situações como essa “envergonham o Legislativo” e reforçou a necessidade de postura adequada dos parlamentares.
Durante a votação, Gilson discursou e tentou minimizar o impacto da declaração. Ele reconheceu que usou palavras “infelizes” e admitiu ter causado sofrimento à família da prefeita e à própria família, mas insistiu que não citou diretamente o nome de Iraci. O vereador afirmou que “nunca vai ser machista”, disse que a capacidade de uma pessoa “não está no sexo” e pediu desculpas. Em um discurso marcado por referências religiosas e declarações emocionadas, afirmou que sua “maior condenação” foi fazer pessoas sofrerem e que a derrota política representaria “um recomeço”.
Com a cassação publicada, o mandato de Gilson é considerado encerrado na data da votação, conforme determina o decreto legislativo.