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GERAL Quarta-feira, 20 de Novembro de 2024, 19:44 - A | A

20 de Novembro de 2024, 19h:44 - A | A

GERAL / EM TROCA DE UM REAL

Homem que fez mendigo beber pinga até a morte é condenado a 7 anos de prisão

Apesar da condenação, o acusado cumprirá a pena em regime aberto

Repórter MT



Um Homem  foi condenado a sete anos de prisão pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, por ter feito o mendigo Jhonatan Lira Xavier beber pinga até a morte. O caso foi registrado em agosto de 2020, na Capital, e teve ampla repercussão.

Jhonatan era chamado de “Indinho” e era conhecido por pedir esmola nas proximidades da rodoviária da Capital. Ele era portador de esquizofrenia e tomava remédios controlados. o acusado e um grupo de amigos desafiaram a vítima a beber três garrafas de corote para ganhar uma moeda de um real. Após cumprir o desafio, Jhonatan entrou em coma alcoólico e morreu.

 

Na sentença, a magistrada ponderou que a prisão preventiva do réu já dura mais que a metade da condenação, já que ele estava preso desde a morte da vítima. A sentença acolhe o parecer do Tribunal do Júri, cujo julgamento foi realizado no último dia 1º.

“Pelo exposto e considerando a vontade soberana do Conselho de Sentença, condeno o acusado , qualificado nos autos, como incurso nas sanções do artigo 121, caput, do Código Penal, à pena privativa de liberdade de 07 (sete) anos de reclusão, que em face da detração penal ora aplicada deverá ser cumprida no regime aberto”, diz trecho da decisão.

O Acusado também respondia por fornecer bebida alcoólica a menor de idade e o estimular a cometer crime, além de dirigir sob efeito de álcool. Porém, o Júri o absolveu de todas essas outras acusações.

De acordo com o advogado Pitágoras Pinto de Arruda, que patrocinou a defesa do réu, o resultado mostrou o fortalecimento da justiça, uma vez que julgou conforme a lei, sem se deixar influenciar pela pressão social.

“A sentença mostra uma maturidade do Poder Judiciário, que se pautou nos fatos ocorridos. Apesar do clamor social, toda pessoa tem o direito à ampla defesa e só deve ser julgada pelos atos cometidos. Conseguir a absolvição dos outros crimes imputados ao meu cliente mostra que o Tribunal do Júri se atentou aos fatos, tal qual determina a lei”, comentou.

Relembre

O caso ocorreu na madrugada do dia 9 de agosto de 2020, no “Bar do Coqueiro”, no bairro Rodoviária Parque. o acusado na companhia de uma adolescente de seu amigo A.M., abordou Jhonatan Lira Xavier e o desafiou a beber corotes de cachaça em troca de dinheiro. Durante a brincadeira, a vítima foi chacoalhada diversas vezes e acabou passando mal.

Xavier foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, onde permaneceu internado por dois dias, mas acabou não resistindo e morrendo no dia 11 de agosto daquele ano.

O Acusado acabou sendo preso preventivamente no dia 29 do mesmo mês e assim permaneceu até agora, tendo sua liberdade expedida por já ter ficado mais da metade de sua pena em restrição de liberdade.

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