Cristiane Guerreiro/Gazeta Digital
Cuiabá registrou 2.070 ocorrências de roubos e furtos em estabelecimentos comerciais no ano de 2023, uma média de seis casos por dia. A insegurança que se espalha pela capital, também reflete a realidade na cidade vizinha, Várzea Grande, que registrou 781 roubos e furtos em comércios, uma média de dois casos por dia.
Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso, a quantidade de casos é 17% menor do que em 2022, na capital, quando foram registrados 2.503 ocorrências. O número também representa redução em Várzea Grande de 15%, em relação ao ano anterior, com 920 casos.
Mas a redução não traz a sensação de segurança para os comerciantes. Descrédulo da prisão de criminosos, Paulo Salen, que tem um escritório de advocacia no Calçadão da Galdino Pimentel, na região central da capital, é um dos comerciantes que não registrou boletim de ocorrência dos dois últimos furtos que sofreu no final de semana passado.
Segundo Paulo, seu escritório, além da joalheria e de um salão de beleza, que ficam ao lado, foram invadidos e alvos de furtos durante a madrugada de sábado (3) e domingo (4). O criminoso entrou pelo telhado, quebrou o forro e entrou no escritório. Revirou tudo, levou a torneira cromada da pia do banheiro, e arrebentou a tubulação, levando os fios do ar-condicionado. Terei que refazer. O prejuízo vai ultrapassar R$ 3 mil.
Paulo explica que o criminoso subiu o telhado e andou de um estabelecimento para outro. O foco é o furto da fiação. Foi o que ele levou dos três estabelecimentos. Como é de cobre, vende posteriormente para comprar drogas. Nas imagens das quatro câmeras próximas, identificamos que se trata de um usuário de entorpecentes da região.
Segundo Paulo, que atua há 26 anos no mesmo ponto comercial, os furtos são recorrentes e nada é feito para resolver o problema.
Nos últimos seis meses a situação piorou, o centro está largado. Depois das 18h, os andarilhos ficam por aqui. Nem os guardas noturnos e a polícia dão conta. As câmeras não inibem a ação criminosa. Está entregue para a marginalidade. Como já sou prevenido, costumo levar todos os computadores no final do expediente para evitar mais prejuízos.
Ele revela ainda que tinha uma joalheria e ótica no centro, mas devido aos constantes roubos e furtos, mudou para a área comercial na região do CPA. Terei que mudar o escritório também. Preciso trabalhar, mas estou exausto de ter que encarar o medo e prejuízo.