Uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de munição durante a Operação Ararath, da Polícia Federal, que investiga crimes contra o sistema finaiceiro. A prisão ocorreu quando os agentes federais cumpriam sete mandados de busca e apreensão, nesta segunda-feira (25), em Cuiabá, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Conforme a polícia, o suspeito pagou fiança e foi liberado. Foram alvos da operação o gabinete e a residência do juiz da Primeira Vara Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva.
Também houve busca e apreensão no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) e na casa do presidente do órgão, Gian Castrillon. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da pasta. Ainda segundo a PF, foram apreendidos vários documentos, comprovantes de depósito, celulares, computadores e o total de R$ 230 mil em dinheiro, no cumprimento dos sete mandados.
A operação Ararath foi deflagrada no dia 12 de novembro e culminou em nova decisão do TRF-1ª Região após a investigação apontar o suposto envolvimento do magistrado no esquema. Na primeira fase da operação foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande e Nova Mutum, ao apurar um esquema de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro por meio de factorings de fachada. Durante a operação foram apreendidos R$ 325 mil em duas casas de suspeitos.
Por meio de nota à imprensa, o juiz federal Julier Sebastião declarou estar “surpreso” com a suposta ligação ao grupo e alegou que não tem nenhum envolvimento com os crimes. “Sabe-se apenas da existência de diálogos de terceiros, os quais, por certo, não trazem qualquer participação deste em suposta infração. Por fim, reafirmo a confiança nas instituições envolvidas e a minha surpresa e indignação em face das notícias em questão, consignando que sempre pautei minha conduta pessoal e profissional com a mais absoluta ética e seriedade, como é do conhecimento de toda a sociedade mato-grossense”, consta trecho da nota.
Segundo a PF, o esquema começou a ser investigado em 2011 e durante os trabalhos foi identificado que o grupo usava as factorings como fachada para a concessão de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas do estado, por meio de uma empresa com sede em Várzea Grande, que encerrou as atividades no ano passado. Em seis anos, foram movimentados mais de R$ 500 milhões, conforme a polícia.