Gilmar Alves/GCOM
Nova Mutum/MT
No mês de janeiro, a Secretaria de Saúde de Nova Mutum alerta a população sobre os cuidados com a saúde para o enfrentamento e a prevenção da hanseníase, que é infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae.
A hanseníase é transmitida principalmente de pessoa para pessoa pelas vias respiratórias, embora o contágio seja relativamente baixo, pois a maioria das pessoas tem resistência natural à bactéria. A transmissão ocorre mais frequentemente em locais onde há convívio prolongado e íntimo com uma pessoa doente não tratada.
"A hanseníase é uma doença que pode ser prevenida e tratada com sucesso quando diagnosticada precocemente. É fundamental que a população esteja atenta aos sintomas e busque atendimento médico imediato," afirma a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Manfroi.
Os sintomas da hanseníase podem variar, dependendo do tipo da doença e da resposta imunológica do indivíduo. Por isso, a Secretaria da Saúde orienta que, ao apresentar algum dos sintomas, a pessoa procure atendimento médico o mais rápido possível para evitar a evolução da enfermidade. A Hanseníase pode ser definida em dois tipos: paucibacilar (PB) e multibacilar (MB). A PB é recente no início, com até cinco lesões na pele e sem comprometimento neural, com tratamento de seis meses. A MB, em casos mais avançados, envolve mais lesões, maior risco de danos nervosos, é contagiosa e exige tratamento de até 12 meses.
Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Manfroi, quem já teve contato próximo e prolongado com alguém que teve hanseníase ou que apresente manchas e/ou nervos dos pés e das mãos com alteração de sensibilidade deve buscar uma avaliação clínica na sua unidade de saúde.
O Brasil permanece em 2º lugar mundialmente no número de casos, e o Mato Grosso é um dos estados com maior taxa de detecção da doença. A região Teles Pires é a segunda com maior detecção de casos, na qual Nova Mutum está localizada.
Casos diagnosticados
Ao longo dos anos de 2014 à 2024 em Nova Mutum, foram diagnosticados um total de 322 casos. Durante esse período, foram identificados 901 contatos, dos quais 812 foram examinados e 222 pacientes foram curadas. Atualmente 38 pacientes estão em tratamento.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);
Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento (engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés;
Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Onde Tratar a Hanseníase
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e reduzir as chances de incapacidade física. A busca por cuidados médicos e o início imediato do tratamento são passos cruciais para controlar a disseminação da doença e garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes. O acompanhamento regular são realizados pela Atenção Primária e é fundamental que a população procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência para receber orientações essenciais sobre a doença e poder conduzir o tratamento, caso necessário.