Thais Bemfica/Repórter MT
Em dezembro, comemora-se o Dia Internacional de Luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). A data serve para conscientizar as pessoas para a prevenção e o diagnóstico precoce do HIV e da Aids, isso porque ter HIV não é o mesmo que ter aids.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) causa a AIDS, uma doença que ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças, mas as pessoas que possuem o vírus no organismo não desenvolvem a doença, mesmo podendo transmiti-la. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 38,4 milhões de pessoas em todo o mundo convivam com o vírus e/ou a doença.
Em Mato Grosso, o cénário também é preocupante. De acordo com dados divulgados recentemente pelo Sistema de Informação de Agravo de Notificação (Sinan), quase mil novos casos foram registrados no Estado nos últimos três anos, sendo 205 novos de janeiro a outubro de 2022; 363 em 2021; e 352 novos casos de Aids em 2020.
Nesse mesmo período, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) registrou 126 mortes por HIV até outubro deste ano. No ano anterior, foram 211 vítimas da doença.
Ainda de acordo com o levantamento apresentado, até outubro deste ano, foram notificados 555 novos casos de diagnóstico por HIV, que ocorre quando a pessoa apresenta o vírus, mas ainda não desenvolveu a doença. Os dados apontam que a maior frequência é entre jovens de 20 a 29 anos de idade. Esse valor chegou a 967 casos em 2021 e 871 novos casos em 2020.
Um dos motivos para o aumento de casos foi o diagnóstico tardio e o abandono do tratamento. Só em Mato Grosso, cerca de 831 pessoas deixaram de fazer o tratamento há mais de 100 dias, com isso, o número de novos casos de Aids aumentou, porque a cadeia de transmissão do vírus continuou.
Apesar de não haver cura para HIV nem para aids, um soropositivo pode ter qualidade de vida. Basta realizar o tratamento adequado, que pode detectar a carga viral fazendo com que o vírus deixe de ser trasmitido pelo sangue, e os cuidados necessários, como não manter apenas relações sexuais desprotegidas, não compartilhar seringas e instrumentos que furam ou cortam não esterilizados, entre outros.
O diagnóstico precoce ainda é a melhor maneira de detectar a doença e agilizar o tratamento. A testagem rápida para HIV é gratuita, segura e sigilosa. E é possível fazer o teste em qualquer Unidade de Saúde da Atenção Básica, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e Serviços de Assistência Especializada (SAEs).