Amábile Monteiro, G1 MT
Mato Grosso registrou 79 acidentes e incidentes aéreos neste ano, segundo o Painel de Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). Entre os registros, 41 foram classificados como incidentes, 28 como acidentes e 10 como incidentes graves. Desde janeiro, 19 pessoas morreram, entre pilotos e tripulantes (relembre algumas tragédias abaixo).
Conforme o levantamento, 13 pessoas morreram após os acidentes aeronáuticos e seis morreram na hora.
O levantamento revelou que Cuiabá, Várzea Grande e Sinop foram os municípios com maior número de acidentes aéreos registrados no estado neste ano, com 22, 13 e 5 ocorrências, respectivamente. Entre os tipos de aeronaves envolvidas, destacaram-se as regulares, com 25 acidentes, seguidas das agrícolas, com 21, e das privadas, com 18 casos.
Conforme o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o levantamento leva em consideração os acidentes que ocorreram desde falhas operacionais até colisão com aves.
Segundo o Sipaer, as principais causas de acidentes aéreos no estado são:
Falha ou mau funcionamento de sistema componente: 24,05%
Falha ou mau funcionamento do motor: 16,45%
Colisão com ave: 16,45%
Operação a baixa altitude: 15,18%
Perda de controle em voo: 13,92%
Excursão em pista: 8,8%
Perda de controle no solo: 6,3%
Outros: 5%
Contato anormal com a pista: 3,79%
Colisão com obstáculo durante a decolagem e pouso: 2,5%
Colisão com fauna: 2,5%
Indeterminado: 1,2%
Pouso aquém/além da pista: 1,2%
Relacionado com security: 1,2%
De acordo com o balanço, todos os incidentes aéreos registrados neste ano foram causados por colisões com aves.
Conforme o painel, os acidentes aeronáuticos analisados na pesquisa foram categorizados de acordo com as fases do voo em que ocorreram, revelando que a etapa de pouso concentrou a maioria dos registros (confira abaixo em quais fases os acidentes mais ocorreram).
Dados mostram as fases de voo mais críticas, com o pouso concentrando o maior número de ocorrências, seguido pela decolagem e o cruzeiro.
Pouso: 31,58 %
Decolagem: 15,79 %
Cruzeiro: 11,84 %
Manobra : 11,84 %
Aproximação final: 9,21 %
Subida: 6,58 %
Indeterminada: 5,26 %
Táxi: 3,95 %
Descida: 1,32 %
Voo a baixa altura: 1,32 %
Cheque de motor ou rotor : 1,32 %
Decolagem
Fase de Voo 15,79 %
Relembre alguns acidentes aéreos
Em agosto deste ano, um avião bimotor King Air caiu na zona rural de Apiacás, a 1.005 km de Cuiabá e deixou cinco pessoas mortas. As vítimas foram o empresário Arni Alberto Spiering, 70 anos, os netos dele, João Marcos Trojan Spiering e Arni Alberto Spiering Benez, o gerente comercial Ademar de Oliveira de Júnior e o piloto Helder de Souza, de 44 anos.
Arni estava hospedado com os netos e o funcioinário na Pousada Amazônia Fishing Lodge, que fica na divisa de Mato Grosso com o Pará, onde praticavam pesca esportiva. O grupo saiu do local para voltar para casa, quando ocorreu o acidente.
Há dois meses, um avião de pequeno porte caiu no assentamento 21 de abril, próximo ao bairro Pedra 90, em Cuiabá. Segundo o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) de Mato Grosso, na aeronave estavam o piloto e três passageiros. Todos sobreviveram.
O Corpo de Bombeiros prestou socorro às vítimas. Ao chegar ao local, a equipe identificou que todos da aeronave estavam conscientes, com sinais vitais estáveis e sem ferimentos graves.
Já há duas semanas, um piloto foi encontrado morto dentro de um avião agrícola que caiu em uma fazenda de Nova Monte Verde, a 920 km de Cuiabá. Cláudio de Souza Braga, de 40 anos, estava no primeiro dia de trabalho, conforme o relato de amigos e da dona da empresa que estava no local à Polícia Militar. Após a queda, a aeronave pegou fogo e ficou destruída no local.
Aos militares, testemunhas contaram que Cláudio estava na cidade em período de treinamento. No dia da queda, ele fazia seu primeiro voo com a empresa. A polícia informou que as documentações da vítima e o contrato de trabalho foram queimados no acidente.