Agitos Mutum
Redação
O recém-criado município de Boa Esperança do Norte iniciou sua gestão sob a liderança do prefeito Calebe Francio (MDB), que anunciou a composição do secretariado e divulgou os valores dos subsídios destinados ao Executivo e Legislativo.
No entanto, os valores altos têm gerado controvérsias e questionamentos sobre as prioridades do governo municipal em um momento crucial para a estruturação da cidade.
Com salários acima da realidade local, o prefeito receberá R$ 25 mil mensais, um valor superior à média de prefeitos em cidades de pequeno porte no Brasil. Já o vice-prefeito terá um subsídio de R$ 12,5 mil, enquanto os secretários municipais receberão R$ 16,6 mil por mês. Já os vereadores já iniciarão, por sua vez, com um subsídio de R$ 6,5 mil reais, mais uma verba indenizatória no mesmo valor R$ 6,5 mil reais, totalizando R$ 13 mil mensais.
Esses números chamam atenção, especialmente considerando que Boa Esperança do Norte está em fase inicial de organização administrativa e enfrentará desafios significativos para consolidar sua infraestrutura básica, como saúde, educação, saneamento e geração de empregos.
Além dos altos salários, os ocupantes desses cargos terão direito a benefícios como décimo-terceiro salário, verba indenizatória, diárias que chegam de R$ 400,00 a R$ 800,00 reais, e auxílio-alimentação. Esses adicionais poderão agravar ainda mais o impacto financeiro no orçamento municipal, que poderia ser utilizado para atender às demandas urgentes da população.
Boa Esperança do Norte é um município novo, cuja população certamente enfrenta problemas comuns a pequenas cidades brasileiras, como precariedade nos serviços de saúde, falta de infraestrutura e limitações na geração de renda. Em um cenário de recursos escassos, a escolha por valores tão altos para o custeio do Executivo e Legislativo pode gerar descontentamento e distanciamento da população.
Especialistas e cidadãos questionam se a prioridade do governo deveria ser a valorização salarial de seus gestores ou a canalização de recursos para investimentos essenciais que beneficiem diretamente a comunidade. Para efeito de comparação, municípios maiores e com maior arrecadação apresentam estruturas salariais mais enxutas para seus gestores.