Khayo Ribeiro/GD
Ceia, festas e muitas expectativas. Essa é uma combinação que costuma fazer parte da rotina de muitas pessoas no final de dezembro. Contudo, no lado menos glamuroso da aproximação do final de ano, sentimentos como ansiedade e frustração podem ganhar espaço. E, neste sentido, a psicóloga cuiabana Jéssica Costa explica formas de lidar com as tensões que podem surgir com a data.
A profissional apontou que alguns fatores atuais podem deixar os sentimentos em torno do final do ano ainda mais conflituosos. Neste sentido, a psicóloga destacou que a polarização política e a pandemia marcaram as famílias e, por consequência, a maneira como familiares se organizarão na data.
"Hoje, estamos em um momento polarizado do país em que muitos familiares pararam de se falar. Também vivemos um momento considerado de pós-pandemia. Embora a doença ainda exista, as pessoas têm total liberação para fazerem o que quiser. Isso pode ocasionar muita euforia para uns e muita ansiedade para outros", disse.
"Durante a euforia também é possível o abuso de álcool e outras drogas, ocasionando brigas e ansiedade para quem assiste as cenas. Além disso, é um momento de muitos gastos e de muita expectativa. E expectativa sempre podem ser frustradas", acrescentou.
À reportagem, Jéssica disse ainda que é um mito acreditar que sempre há espaço apenas para celebrações nos eventos de fim de ano. Isso porque, para a psicóloga, os sentimentos de cada pessoa são muito singulares e correspondem à fase da vida na qual cada indivíduo atravessa.
Neste sentido, ansiedade, expectativa alta, tentativa de controle excessivo sobre os eventos ou sobre o comportamento das pessoas podem ser alguns sintomas de que há um excesso de pressão sobre a data. Para aliviar as tensões, a psicóloga recomendou algumas práticas.
"As pessoas podem aliviar se rodeando de pessoas queridas, se possível fazendo pratos mais acessíveis e fáceis de serem feitos, não se obrigando a tantas responsabilidades e lidando com as datas comemorativas com mais leveza, seja alegre ou não, que seja leve. Quanto mais responsabilidades e imposições as pessoas se colocam, maior o sofrimento", disse.
Em casos graves, Jéssica aponta ainda que é possível buscar ajuda em Unidades Básicas de Saúde (UBS) por meio de atendimento gratuito.