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Pesquisadores fazem um estudo para identificar a presença de fungos na Gruta da Lagoa Azul, localizada em Nobres, a 151 km de Cuiabá. O local, um dos cenários naturais mais impressionantes de Mato Grosso, está fechado para o turismo há 23 anos.
O tema foi discutido em uma reunião nesta quinta-feira (20), que contou com a presença do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), representantes do município e das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema e Sinfra). O encontro teve como foco medidas de fiscalização e os próximos passos para a regularização do local.
De acordo com a Sema, a liberação da gruta para visitação depende da verificação da presença de fungos identificados no plano de manejo no local, realizado em 2017. A pedido da Sema, a empresa responsável pelo plano de manejo original está conduzindo a análise e após a conclusão, o projeto e orçamento serão encaminhados a um conselho consultivo para avaliação.
O órgão também realiza, com recursos próprios, o monitoramento da qualidade da água na região. A iniciativa tem como objetivo garantir a preservação dos recursos hídricos e a segurança ambiental. Agora, o grupo aguarda o resultado das análises para definir as próximas ações.
Organismos patógenos
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Na época do plano, por causa das características naturais da gruta, que favorecem o desenvolvimento de organismos potencialmente prejudiciais à saúde humana, tornou-se essencial a criação de um programa de monitoramento do local.
Predadores, inúmeros insetos e parasitas também habitam a caverna, como aranhas, morcegos e carrapatos à espera de um hospedeiro. Pesquisadores também coletaram fungos no interior da gruta que podem comprometer a saúde humana (veja acima).
Segundo o documento, a caverna pode abrigar vetores de doenças como a Doença de Lyme, causada por Borrelia, e a Febre Maculosa, associada a Rickettsia, transmitidas por carrapatos do gênero Ornithodoros, bem como vetores da Leishmaniose, como mosquitos do gênero Lutzomyia.
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A gruta
A Lagoa Azul encontra-se interditada temporariamente enquanto o município de Nobres, em parceria com o Governo de Mato Grosso, realiza as obras previstas no plano de manejo da área. A iniciativa visa reabrir o local de forma segura e sustentável, preservando o meio ambiente e evitando danos futuros.
A gruta é formada por rochas e uma lagoa de água cristalina. Segundo pesquisadores, a lagoa surgiu quando o lençol subterrâneo de água aflorou no local. A cor azul predominante na água envolve uma série de elementos, entre eles carbonato de cálcio e magnésio.
No entanto, a falta de regularização de terras, expansão do agronegócio e por passeios clandestinos ameaça a conservação do local. Para prevenir novos problemas, a fiscalização foi intensificada, com agentes monitorando diariamente as áreas mais vulneráveis.